Terapia Hormonal em Sobreviventes de Câncer do Colo do Útero: Desconhecimento ou Omissão?

O câncer do colo do útero ocorre em mulheres jovens; 52% das pacientes com câncer do colo do útero tratadas no ICESP, tinham até 50 anos de idade. O tratamento dos carcinomas invasivos se faz por cirurgias e/ou radioterapia e quimioterapia concomitante. Na quase totalidade dos casos, as sobreviventes têm que conviver com a menopausa prematura decorrente do tratamento. Não existem contraindicações de terapia hormonal para essa população por causa da neoplasia. O câncer do colo não depende de estímulos hormonais e a terapia de reposição pode ser feita tão logo termine o tratamento.

A perda da função hormonal ovariana traz consequências sérias na qualidade de vida destas mulheres, como sintomas de menopausa precoce, osteoporose, aumento de peso, doenças cardiovasculares, atrofia gênito urinárias, etc.

Apenas 13% destas pacientes recebem um diagnóstico formal de menopausa precoce, e menos de 40% recebem algum tipo de prescrição de reposição hormonal.  Existem falta de acesso aos medicamentos e receio por parte dos médicos generalistas na prescrição de hormônios para sobreviventes de câncer. Mesmo naquelas que recebem orientação e prescrição, a duração da terapia costuma ser por curto espaço de tempo. 

Urge mudar essa realidade!